quarta-feira

Erros Gramaticais

Foi divulgado pelo Site infoescola.com, alguns erros de pronúncia cometidos em nosso dia-a-dia,  gostaríamos de compartilhar alguns com você, são erros que muitas vezes cometemos mas, passamos desapercebidos.

Erros Gramaticais comuns na Língua Portuguesa - Parte I

Por Paula Perin dos Santos 

Numa língua, existem vários modos de falar, determinados pela localização geográfica do falante, faixa etária, situação, nível de escolaridade, nível social dentre outros fatores. Dentre estes, existe um que se institui como língua-padrão, que corresponde ao modo de falar das pessoas de mais prestígio dentro do grupo social, quando usam a língua em situações formais.
A Gramática é fruto desta tentativa de sistematizar a língua padrão, estabelecendo normas daquilo que seria falar corretamente uma língua. Essas normas, instituídas pelo uso das pessoas de prestígio e explicitadas pela Gramática, estão sempre sujeitas a desvios em razão da heterogeneidade da fala, já que uma pessoa nunca fala do mesmo modo em todas as situações.
Conceituando correto e errado, neste contexto, temos:
* Correto: é todo uso lingüístico que segue as normas da língua-padrão;
* Errado: é todo uso lingüístico que não segue as normas impostas pela gramática.
Ainda que esses erros se situem nas mais diversas camadas da língua, em virtude de a Gramática Normativa não se basear nas situações de fala, é possível determinar alguns tipos que costumam ocorrer com mais freqüência, tomando sempre por base a língua escrita.


1. Erros de grafia: ocorrem nas mais diversas construções. Exemplo:
Comprei três quilos de mortandela. (mortadela)
Os partidos vivem a degladiar entre si. (digladiar)
O garoto foi pego roubando salchichas. Porisso, não deixe que tome conta do açougue. (salsichas / Por isso)
2. Erros de impropriedade vocabular: ocorrem quando se usa uma palavra em lugar de outra por falsa associação de sentido entre elas. Exemplo:
As lâmpadas florescentes são mais econômicas. (fluorescentes)
O criminoso foi pego em fragrante. (flagrante)
O negro tem sido muito descriminado neste país. (discriminado)
3. Erros de acentuação gráfica - ocorrem por dois motivos:
* Por desconhecimento das normas ortográficas vigentes. Exemplo:
Comprei na loja de conveniência vários ítens. (itens – sem acento)
* Por desconhecimento da posição correta da sílaba tônica. Exemplo:
As rúbricas dos documentos eram falsas. (rubrica – paroxítona)
4. Erros no emprego da crase – ocorrem por dois motivos:
* Omitindo-se o acento em situações em que ocorre a crase. Exemplo:
O Projeto Mesa Brasil está promovendo uma campanha de ajuda as crianças vítimas da seca. (ajuda a quem? Às vítimas da seca)
* Colocando o acento onde não ocorreu a crase. Exemplo:
Enviamos à V. Sª. o resultado das avaliações. (Vossa não admite artigo antes, portanto, o correto seria “a V. Sª.)
5. Erros de emprego dos pronomes: uso de um pronome com função de sujeito no lugar de um pronome com função de objeto e vice-versa.
Comprei este lindo relógio para mim usar no casamento. (para eu usar)
Comprei este lindo relógio para eu. (para mim)
6. Erros de emprego de verbos - ocorrem em três casos:
* Na conjugação verbal. Exemplo:
A polícia militar não interviu a tempo de evitar o assassinato. (verbo intervir – composto: inter / vir – passado de vir, ele veio. Então o passado de intervir é interveio)
* No tempo verbal. Exemplo:
Encontrei Alice no mesmo lugar que, anos antes, recebeu-me. (recebera)
* No modo verbal. Exemplo:
Não estou certa de que essa decisão satisfaz a todos. (satisfaça)
7. Erros de morfologia em substantivos e adjetivos – ocorrem em dois casos:
* No plural dos nomes compostos. Exemplo:
Os dois páras-choques dos carros foram atingindo na colisão. (pára – verbo parar – não vai para o plural. O correto seria “pára-choques”)
* No uso do gênero dos substantivos. Exemplo:
Mandei Larissa comprar uma guaraná na bodega. (um guaraná – palavra masculina)
8. Erros de regência verbal. Exemplos:
As madeireiras estão visando o mercado externo. (visar, no sentido de ter em vista, pede preposição “a”. O correto seria “visando ao mercado”)
As crianças assistiam o desenho na televisão. (Assistir, no sentido de ver, presenciar, pede preposição “a”. O correto seria “assistiam ao desenho”)
9. Erros de concordância verbal e nominal. Exemplos:
Vamos esperar que V. Sª. manifeste vossa escolha. (o pronome de tratamento sempre concorda com a 3ª pessoa dos pronomes. O correto seria sua escolha)
Poderá ainda acontecer mais incentivos como esses. (Mais incentivos poderão acontecer)
10. Erros de colocação pronominal. Exemplo:
Enviaremos até a próxima semana os pedidos que encomendaram-nos. (nos encomendaram)


1. Emprego de MAU / MAL

· Mau: é o contrário de bom (adjetivo) e acompanha ou se refere a um substantivo.
Ex. O lobo-mau comeu a vovozinha.
· Mal: é o contrário de bem (advérbio) e refere-se a um verbo.
Ex. Passei mal no colégio.

2. Emprego de ONDE / AONDE

· Onde: aparece em verbos estáticos ou dinâmicos que pedem preposição em.
Ex. Onde ficou o menino? (Quem fica, fica “em” algum lugar)
Onde andavam as crianças? (Quem anda, anda “em” algum lugar)
· Aonde: emprega-se exclusivamente em verbos de movimento que pedem preposição “a”. Note-se que a própria palavra já começa com “a”.
Ex. Aonde foram os meninos? (Quem vai, vai “a” algum lugar)
Aonde chegaram os meninos? (Quem chega, chega “a” algum lugar)
Obs. Por onde passearam? / De onde vieram? / Para onde foram?
Neste caso, nunca use “aonde”, pois antes de “onde” já tem uma preposição.

3. Emprego de A PAR / AO PAR

· A par: é usada no sentido de
a) “estar ciente”, “sabedor de”: Não estamos a par do problema.
b) “ao lado de”, “paralelamente”: A casa está completamente deteriorada. A par disso tudo, ainda têm muitos impostos a pagar.
· Ao par: tem sentido de “ao câmbio, ao preço, ao valor, à troca”. Termo habitualmente empregado na linguagem comercial.
Ex. O dólar não está nem de longe ao par do real.

4. Emprego de AFIM DE/ AFIM/ A FIM DE/ A FIM DE QUE

· Afim de - usado no sentido de:
a) “parente” – função de adjetivo: José é afim de Paulo.
b) “próximo” – função de adjetivo: O Ceará é um Estado afim da Paraíba.
· Afim – usado no sentido de:
a) “parentes, familiares” – função de substantivo: Meus afins moram em São Paulo.
b) “correlatas, semelhantes” – função de adjetivo: Geografia e História são áreas afins.
· A fim de – usado no sentido de:
a) “finalidade” – locução prepositiva e pode ser substituída por “para”: Mário estuda a fim de passar no teste.
Obs. Na linguagem coloquial, esta expressão vem sendo usada em situações como “Marcos está a fim de Ana”, assumindo o sentido de “estar predisposto a namorar”.
· A fim de que: usado no sentido de finalidade e pode ser substituído por “para que”, inserindo uma oração adverbial final.
Ex. Os meninos treinam a fim de que vençam o campeonato.

5. Emprego de HÁ/ A/ À

· é usado com sentido de:
a) verbo fazer: Há dias não o vejo.
b) Indica tempo decorrido: Há dez minutos espero pelo ônibus.
c) Sentido de existir: Há crianças no pátio.
· A: é preposição ou artigo. Se vier antes de um substantivo, é artigo. Depois de um verbo, é preposição.
Ex. Moro a dois quilômetros de Fortaleza (preposição).
A cidade de Juazeiro do Norte está cheia de romeiros (artigo).
· À: é a junção da preposição “a” + artigo “a”.
Ex. Fui à cidade. (Fui “a algum lugar” – a cidade: palavra feminina)

6. Emprego de À-TOA/ À TOA

· À-toa: é uma locução adjetiva, refere-se a um substantivo e significa ”sem qualificação”, “inútil”.
Ex. Ele é um menino à-toa.
· À toa: é uma locução adverbial de modo, refere-se a um verbo e significa “sem rumo, ao acaso”.
Ex. Ele anda à toa na vida.

7. Emprego de SENÃO/ SE NÃO

· Senão é usado equivalendo a:
d) do contrário: Saia daí, senão vai se molhar.
e) a não ser: Não faz outra coisa senão reclamar.
f) mas sim: Não tive a intenção de exigir, senão pedir.
· Se não: equivale a “caso não”.
Ex. Esperarei mais um pouco. Se não vier, vou embora.

ORTOÉPIA (OU ORTOEPIA)

É a parte de gramática que trata da pronúncia normal e correta das palavras. Como a fala é heterogênea e influenciada por uma série de fatores que já vimos na Parte I desta série, há uma série de palavras que são pronunciadas de forma diferente daquela considerada correta gramaticalmente. Neste caso, o erro se dá por:
· Omissão de letras:
Fosco - fósforo
· Por troca de fonemas:
Macunzá mugunzá
Bassora vassoura
Sastifação satisfação
Salchicha salsicha
Piqui pequi
Ploblema problema
· Por acréscimo de fonemas:
Conzinha cozinha
Indiota idiota
Mendingo mendigo
Mortandela mortadela
Churiço chouriço
· Por pronúncia aberta ou fechada inadequadamente:
Dois ovo (pronúncia: ôvo) – dois ovos (pronúncia: óvos)

PROSÓDIA

É a parte da Fonética que trata da acentuação correta dos fonemas. Por conta dos mesmos fatores citados no item anterior, há inúmeras palavras que são escritas e pronunciadas incorretamente em relação à posição da sílaba tônica.
Pronúncias erradas Pronúncias corretas
Aerolito Aelito
Alacre álacre
Ambrosia ambrosia (assim como maresia)
Ávaro avaro
Azíago aziago
Benção bênção
Bimano bímano
Condor condor (assim como amor)
Cortex córtex
Crisantemo crisântemo
Décano decano
Especime espécime
Estrategia estratégia
Erúdito erudito
Fluído fluido
Fortuíto fortuito
Gratuíto gratuito
Habitat hábitat
íbere ibere
Latex látex
Lucifer lúcifer
Mister mister
Nóbel Nobel (assim como pastel)
Récorde recorde
Rúbrica rubrica
Algumas palavras admitem as duas colocações:
Boêmia - boemia
Xérox - Xerox
Ômega - Omega



Fontes
infoescola.com
SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. 15 ed. São Paulo, Ática, 1989, p.422-4.
Arquivado em: Português

 

0 comentários:

Postar um comentário

 
;